quinta-feira, 4 de setembro de 2014

LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA -Boletim informativo nº 14 – Setembro 2014




LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA

 




 LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA 



        https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTkoWS_NBBzSW6Cf-HHSrstJE1dXrLrA9fwcC6aZmElVjM55AiR                                                                                                                                                        

Autor: Carlos Almeida Lima / Juiz OMJ
Colaborador: Pedro Boavida



Introdução

Com a publicação do boletim nº13 do LCCP agradecemos todos os visitantes o seu incentivo pela nossa tarefa na divulgação de diversas matérias que respeitam o nosso carinho e amor pelas variedades de aves existentes no nosso Planeta.
De acordo com acima referenciado temos orgulho pelo trabalho desenvolvido ao longo destes anos destacando que a nossa mensagem tem chegado a diversos Paises tais como : 


EntradaVisualizações de páginas
Portugal
2663
Brasil
1930
Estados Unidos
415
Espanha
145
Alemanha
103
Reino Unido
100
França
57
Ucrânia
51
Grécia
39
Itália
36


Sumário 


  • Novo Standard do Canário Arlequim Português
  • Clarificação nas classes lipocrómico 100% e classe melânico 100% nos Canários de Forma e Posição.
  • O que é o registo ou pedigree ?
  • Canários lipocrómos brancos e a sua selecção
  • Aves de África Angola 





Novo Standard do Canário Arlequim Português 

Corpo      Corpo: alongado esguio ombros ligeiramente visíveis
( Forma )
Peito        Peito: Ligeiramente arredondado 

Asas         Dorso: estreito, recto, na mesma linha da cauda

20             Asas: Longas bem aderentes ao corpo  e sem se cruzarem,   nem descaírem.                      

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Poupa -  Poupa ( no Arlequim Poupa) - em forma de triângulo (2 ângulos atrás e 1 virtual à frente)   e radiando de um ponto central no cimo da calota, e descaindo aderente e  simetricamente,  sem cobrir olhos e bico.                                                                   
Cabeça - Cabeça ( no Arlequim par ) - Cabeça estreita e alongada, mais larga atrás do que a frente.

Pescoço -  Bico forte e proporcionado.
              -  Olhos vivos e bem visíveis.
15          - Pescoço - Bem delineado e harmonioso, destacando                                         claramente a cabeça do corpo.

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Tamanho : 16 cm 

15 

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Cor -  Multicolor e equilibradamente variegada

15 - Presença simultânea de lipócromo vermelho e branco 
     Coloração artificial obrigatória

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 Plumagem -  Lisa, compacta, sedosa , brilhante e bem aderente ao corpo.

10                       -  Posição e movimento - Posição erguida ( 60º ) e  altiva
                   -  Corpo bem elevado e cabeça levantada.
                   -  Ave alegre com movimento ágil.

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 Patas e Cauda - Patas fortes, longas e ligeiramente flectidas preferencialmente variegadas.                     
                          - Coxas bem visíveis
      10                 - Cauda longa, estreita e ligeiramente bifurcada na extremidade, preferencialmente variegada.

 
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Condição Geral : Saúde e higiene perfeitas
          5                Vivacidade e boa adaptação à gaiola de exposição

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Nota: Gaiola de exposição : É o modelo D ( canários de cor com 2 poleiros)

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 Clarificação nas classes lipocrómico 100% e classe melanico 100% nos Canários de Forma e Posição

Em reunião de experts OMJ, "secção E " Canários de Porte na Região de Palaiseau ( França)  de 20 e 21 de Junho 2014 foi deliberado para que não hajam duvidas aos criadores e juízes que nas classes "lipocrómos 100% e melânicos 100% as definições de lipocromo e melanina  dizem respeito à plumagem.

Portanto, manchas melânicas nos bicos ou patas das aves, lipocrómicas , ou marcas de despigmentação nos bicos, patas e unhas das aves melânicas, não são tidas em conta como se de aves variegadas se tratassem : 


Vejamos exemplos : 











Nota : Através de uma proposta pela Turquia a qual solicita a abertura de uma classe para aves de fundo branco, para além da já existentes( Lipocrómico 1005 , Melânico 100% , Variegado Lipocrómico e Variegado Melânico). A proposta foi aceite , passando a agrupar todas as aves de fundo branco ( podendo ser lipocrómos, melânicos e variegados).


 O que é o registo ou pedigree ?   É importante ? 

O criador sabe que o registo ou pedigree funciona como a certidão de nascimento das suas aves, onde são registado o sexo, data de nascimento,os progenitores, além de todos os títulos conquistados em concursos pelas mesmas. Ter o registo ou pedigree o que beneficiava as nossas aves e os criadores ? Principalmente beneficiava os criadores que vendiam as suas aves ou aqueles que as adquiram, pois eram acompanhadas com os dados mais importantes como o sexo , a data de nascimento identificação e títulos dos pais,além da identificação da sua federação,cartões que seriam por ela fornecida,quando o criador recebesse as anilhas ao ano de criação.

Muitos criadores podem perguntar se já temos as anilhas para que serve o       documento (pedigree) ?

A resposta é simples a anilha, apenas identifica os dados de cada criador:

A saber: 


- O Clube ou Federação a que pertence.
- O numero da anilha e o ano de nascimento. 
- O Stam do criador.
- Penso que esta informação é incompleta, pois o acima referenciado não possui os dados que pretendemos ver especificados na ficha correspondente a cada anilha, que devia ser fornecida pela respectiva Federação onde se encontra inserida. 
Na minha modesta opinião e depois de ouvir alguns criadores esta identificação teria grande importância não só para o criador e para os possíveis  compradores que teriam toda a informação comprovativa como as aves lhe pertenciam.
Assim as nossas aves deixariam de ser umas simples aves para serem verdadeiras aves de uma raça pura comprovada pela referida identificação (registo ou pedigree) .
Com esta medida evitaríamos de certo a venda ilegal das aves(muitas delas furtadas como se tem verificado ultimamente).

Canários lipocrómos brancos recessivos e dominantes e a sua selecção.

  • Em Portugal os canários de linha de clara são sem duvida a mais apreciada pelos criadores, nomeadamente para aqueles que se iniciam na criação de aves. 
  • Toda a criação baseia-se numa selecção criteriosa do plantel tendo como objectivo adquirir aves saudáveis, geneticamente em conformidade com o standard da raça, para que o sucesso seja uma realidade.
Todo o sucesso do criador depende de um planeamento.

  1. Como fazer a selecção dos canários brancos ?
A selecção deve ser através da aves que no seu fenótipico apresentem a cor branca pura (branco giz) como é que também deveras importante o criador conhecer o genótipo das mesmas .
    
    2. A forma destes canários tem um papel importante e muito valorizado em concurso ou exposições.
Os acasalamentos devem ser feitos com aves, que apresentem uma plumagem brilhante, aderente,sem apresentarem plumagem desordenadas. 
A cabeça deve ser grande,arredondada e olhos brilhantes.
Estes devem ter plumagens curtas.

Paralelamente aos casais puros( Branco Recessivo X Branco Recessivo) deve trabalhar com alguns casais de ( Brancos Recessivos X Portadores de Branco Recessivo ou vice-versa).
Com estes acasalamentos está a introduzir no seu plantel uma maior rusticidade do branco melhorar a sua forma, utilizando os canários amarelos nevados ( não utilizar os canários amarelos intensos) de plumagem curta e lipocrómico de cor limão.

Como seleccionar os Brancos Dominantes :


Devemos escolher aves que apresentem no seu fenótipo, a menor incrustação possível de lipócromo amarelo limão, visível à vista desarmada nas rémiges.
Podemos aplicar a mesma metodologia nos canários recessivos.devemos evitar acasalamentos com canários amarelos,pois obtemos muitas aves, com deficiências no chimel (nevadura) que não vão ter utilidade em reproduzir amarelos clássicos.
Podemos acasalar brancos dominantes X Brancos recessivos ou com os dominantes.
O criador deve observar que os machos brancos dominantes, tendem a apresentar excesso de lipocromo, nos ombros e caudas, isto significa que devemos dar preferências às fêmeas branco dominante, quando vamos fazer os casais.
  • Como trabalhar os canários brancos ?
Começamos pelos brancos recessivos, sendo uma ave muito fértil e de adaptação fácil a qualquer tipo de alimentação, devemos tomar cuidado em relação a vitamina "A".
Todos nós sabemos que estes canários não conseguem metabolizar esta vitamina pelo que é necessário fornece-la já elaborada na alimentação. 
O criador pode identificar se existe essa deficiência desta vitamina,verificando a cor da barriga se está arroxeada.
Podemos ultrapassar esta carência genética, administrando diversos produtos existentes no mercado os celebres ( Premix) que  podem ser dados nas quantidades indicada no produto nas papas,sendo suficiente esta medida para superarmos esta carência de vitamina.

Também é necessário juntamente com a vitamina "A" com o fornecimento da vitamina "D" pois é ela que vai fixar no organismo da vitamina "A" podemos na criação fornecer aos filhotes um complexo vitaminico o " Protovit" com este tratamento o seu desenvolvimento é mais rápido e vigoroso,nota-se que com o seu desenvolvimento a sua pele adquire um tom de cor avermelhada reflexo da introdução e assimilação da vitamina A.
Devemos evitar o fornecimento de verdura pois estas, tornar-se-ão de cor encardida,dificultando a limpeza, na sua preparação para os concursos.
Um dos métodos para melhorar o aspecto, fenótipico dos brancos,ao apresentarem-se os filhotes mais brilhantes isto é mais luminosos( mais brancos) o segredo consiste no acasalamento de canários albinos.
Por um lado vamos ter canários mais brilhantes, mas por outro lado a forma é muito prejudicada.
Um acasalamento que traz resultados positivos é efectuado com brancos dominantes principalmente se estes forem portadores de branco recessivos.

Resultados obtidos :

50% Brancos 
25% Dominantes / portadores 
25% Amarelos / Portadores

Sabemos que o canário branco dominante não requer cuidados específicos em virtude do seu organismo conseguir fabricar a sua própria vitamina A.

O canário branco dominante é uma ave de fundo amarelo, assim o criador tem tomar algum cuidado, para evitar a manifestação do lipocrómo nas rémiges, não sofra nenhuma influência através de uma alimentação errada, que possa alterar a cor exigida limão para dourada.

Por norma os machos dominantes, apresentam-se mais incrustados, pelos que as fêmeas são mais apropriadas para participarem nas exposições e ideias para os acasalamentos.

Por fim não raramente os acasalamentos de dois canários recessivos surjam ninhadas de alguns canários dominantes.
Geralmente esta situação ocorre raramente porque um dos brancos acasalados é geneticamente uma (fenocopia) ou seja um canário dominante que não consegue exteriorizar o lipocrómo amarelo.


Aves de Angola
                          
                                          Peito Celeste -Uraeginthus angolensis

                                         Uraeginthus angolensis



segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA -Boletim informativo nº 13 – Janeiro 2014

LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA


LIZARD CANÁRIO CLUBE DE PORTUGAL E A ORNITOLOGIA 



 Boletim informativo nº 13 – Novembro 2014

Autor: Carlos Almeida Lima / Juiz OMJ
Colaborador :Prof. Tito Costa - Criador Brasileiro de Lizard
Colaborador: Pedro Boavida

 Editorial 


Terminada a época de criação do ano 2013 vamos iniciar o ano de 2014, o LCCP deseja a todos os aficionados sucesso e que este ano seja melhor que o anterior sem a austeridade que nos foi imposta pelo Governo, que atingiu os vencimentos das famílias portuguesas.

Os nosso sinceros votos de um 2014 repleto de êxitos da ornitologia Portuguesa.
Sumário

  •  Entrevista com o Professor Tito Costa ( criador de Lizard ) - Brasil
  • Como analisar o canário vermelho mosaico ( tipo 2) 
  • Sabia que ...
  • O que é o factor de refracção 
  • Aves de África ( Angola) 


 Entrevista com o Professor Tito Costa ( criador de Lizard ) - Brasil

Olá Prof. Tito.
Poderia se apresentar?
Sem duvida.
Meu nome é Berenilton Tito Costa, meus amigos me chamam de Tito;
Sou Historiador e trabalho leccionando na Secretaria de Educação do Rio de Janeiro.
Sou criador da Raça Lizard, anilho pelo Clube Rio Ornitológico, uso o sufixo Canaril di Zaion-Rio e possuo o numero FOB/FC-022


Tenho meu canaril no terraço de minha residência, que fica no Município de Duque de Caxias, RJ
Meus contactos: 055-21-97348141


Fale um pouco de você e como teve contacto com os canários.
Sou um pai de família, tenho três filhos muito queridos: Ojana que está terminando a Universidade de Biologia, Benhur Gabriel estudando electrónica a nível técnico e meu filho caçula Caio de seis anos. Minha esposa é advogada e eu trabalho como professor na rede publica estadual e partícula no mesmo município em que moro. Trabalho em cinco escolas para formar uma renda que me permita ao menos dar um pouco de dignidade e conforto a minha família e consiga alimentar meus canários.


Não tenho uma lembrança muito nítida de quando comecei com os bichos, sempre tive um ou outro animal desde a minha mais tenra infância. Criei Cães da raça Mastino Napoletano, onde conquistei todos os títulos possíveis a um criador. Mas, os canários, veio junto ao meu velho pai, este sempre foi passarinheiro, e na primeira oportunidade que tive estava criando os meus. No início eram os mestiços (Pé duro) depois vieram os de cor, até que em uma reunião de nosso clube, alguns amigos muito especiais como Reis, Alvaro Blasina, Seu Luiz Antônio e Luiz Fernando me falaram do Lizard. Era uma estratégia de nosso clube ter criadores especializados em cada raça. Quando vi essa raça pela primeira vez ,parecia um sonho, era exactamente o que procurava, uma raça com todas as dificuldades para se criar com qualidade. Estava ali o desafio que buscava como terapia ocupacional, devido a minha grande carga laboratorial.
Como foi esse início com os Lizard’s?


 Muito difícil, comprar exemplares até que foi fácil, mas quando se começa com seriedade uma coisa, se estuda, rapidamente nos tornamos críticos, e foi justamente o que fiz. Em um belo dia, olhei para o meu plantel e percebi que não criava o bom Lizard, daquele dia em diante comecei uma árdua busca com criadores e linhagens para formar o Lizard como idealizava. No Brasil existe poucos criadores sérios da raça, muitos a criam com fins comerciais outros para conquistar títulos ajudando outras raças, etc. Quando consegui um plantel satisfatório, ganhei de presente, isso mesmo de presente, cinco exemplares europeus. Foi o meu amigo de clube Sr Luiz Fernando em uma de nossas reuniões que me presenteou os bichos de linhagem italiana do criador Giorggio Massarutto (o mesmo que foi campeão mundial em Portugal) alertando-me que os canários portavam uma bactéria e que não conseguira criar. Aceitei o desafio e dos cinco apenas uma fêmea (a melhor, graças a Deus) me deu quatro filhotes, quando acasalei com um Campeão brasileiro, desses quatro pulverizei o sangue e hoje tenho uma linhagem homogénea que me dar segurança suficiente para ir em frente.

Quantos exemplares tem?
Eu crio a série completa: Os clássicos, Amarelos (dourados), Intenso e nevados (prata) os fundo branco (blue) e os fundo vermelho (Red-Lizard). Esse ano pretendo formar entre trinta a cinquenta casais, vai depender de alguns ajusteis que ainda preciso fazer em meu canaril.

Você leva seus Lizard’s aos campeonatos?
Sim, é uma boa vitrina para se ver como está o nosso trabalho. É somente comparando que nos tornamos críticos de nosso próprio plantel. Exercitamos o olho, é fundamental para o criador de qualquer raça ou cor ter um olho apurado para ver qualidades e defeitos. Aqui no Rio de Janeiro desde que comecei competir em meu clube que sou o seu representante principal da raça. Já no campeonato nacional ainda não obtive a classificação que busco. O nosso campeonato nacional é gigantesco e muito competitivo.



Como é a criação de Lizard no Brasil?
São poucos os criadores de qualidade e menor ainda, os que dominam a raça. Somente recentemente foi que iniciou um dialogo entre os juízes e criadores da raça. Era uma rotina julgarem erroneamente o Lizard. Lembro-me que em 2008 um grupo de criadores se reuniram no campeonato e os bichos que nos chamaram a atenção não eram os mesmos que os juízes pontuaram bem. Existe uma distancia na interpretação do padrão entre juízes e criadores que já está diminuindo. Recentemente, cerca de uns cinco anos, a raça deu um salto de qualidade, graças aos debates em fóruns e comunidades da we, temos uma comunidade do lizard no Orkut: . http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=83239509 com mais de mil membros. Nosso plantel ainda é pequeno, se comparar-mos ao tamanho continental de nosso país e uma população margeando os 200 milhões de habitantes, apresentamos apenas cerca de 250 exemplares na nacional, e estamos com expectativa para 2012 chegarmos com 500 exemplares da raça, assim ela estaria ocupando um lugar de maior destaque. A meu ver, no fenótipo ainda estamos muito distante dos europeus, principalmente na forma, tamanho e marcação de peito. Nos outros itens do padrão estamos avançando com rapidez. O que tem muito dificultado nosso aprimoramento genético, são as leis proibitivas do Brasil para importação de pássaros, desde a famigerada gripe aviaria que assolou a Ásia, que as barreiras sanitárias se tornaram um empecilho quase intransponível.



 Vocês conhecem a criação de Lizard de Portugal?
Sem duvida, Portugal tem um lugar de destaque a nível mundial. Criadores como Paulo Alegria, Manoel Murias e Carlos Lima, entre outros que não lembro-me agora, honram a terra lusitana. São pessoas sérias, conhecedoras da raça e possuidoras de planteis de respeito com altíssima qualidade. Espero retornar a Portugal (fiz cursos na Universidade de Coimbra) ´para poder visita-los e aprender com eles .Eu particularmente gosto muito do tipo de Lizard português.

Você mesmo cuida dos Lizard’s.?

Sim, ninguém mexe. Dedico-me cerca de uma hora por dia a eles, geralmente ao amanhecer antes do trabalho. A época de cria coloco acendedores de lâmpadas e levanto-me mais cedo, pois os cuidados nessa época são bem maiores. Somente nos finais de semana, na folga do trabalho, que faço os procedimentos que demandam maior tempo.



 Como é a sua alimentação?
Canários são granivoros, portanto faço questão de manter uma boa mistura de sementes, contendo como base o Alpiste. As outras sementes como Linhaça, Perilla, Colza, Chia, Niger, Nabão, Senha e Aveia vou dosando conforme a época, pois as necessidades são diferentes. Uso um composto de carvão mineral, argila, farinha de ostra e grãos de areia disponível. Uso, também farinhada enriquecida com nutrientes que coloco de acordo com a época.

Você usa algum nutriente extra?
Sim, a tecnologia hoje deve ser usada ao nosso favor. Eu aqui uso Spirulina, Luteina, Zeaxantina, Cantaxatina, Propolis em pó,levedo de cana, Pró e Pré biótico, óleo de peixe e substrato de uma planta dos andes que estou fazendo as primeiras experiências.




Como faz o controle de doenças?
Aqui fazemos um rigoroso controle sanitário. A cada trimestre recolhemos amostras e fazemos exames. Trabalhamos preventivamente, vacinamos contra Bolba Aviária, uso semestralmente uma medicação contra Coccidiose, vermifugo e Ivermectina. Medicação muito raramente, pois, a meu ver, ganhei muito em qualidade de vida dos Lizards quando aboli o uso de medicamentos, principalmente antibióticos. Meu numero de óbitos é muito baixo e doenças são raras. Mas o controle sanitário a higiene e a boa alimentação tem de ser levado muito a sério.

 Como faz a limpeza do Canaril?
Não basta fazer um controle de sanitário contra vírus, fungos, germes e bactérias sem uma boa higienização do local de criação. Então faço da seguinte forma: uso conjuntos de gaiolas para cada época, assim a cada seis meses eu as troco, fazendo uma rigorosa limpeza com produtos bactericidas. O canaril é higienizado semanalmente a base de cloro e produtos bactericidas. As grades das gaiolas, também uso dois jogos, troco-as semanalmente e submerso elas em água com cloro, lavando-as após 24h. Troco os poleiros mensalmente e lavo todos os comedouros trimestralmente e os bebedouros uso dois jogos onde lavo e higienizo a cada quinze dias.

É verdade que a pigmentação do Lizard é uma das coisas mais difíceis na raça?
Sim. Acredito que isso seja uma limitação a novos criadores, pois até você dominar a raça as frustrações são grandes.


Como faz com os seus?
Vamos por partes: Pigmentar bico, pernas e unhas, tem de se ter uma boa genética, a selecção no plantel tem de ser seria, com isso podemos potencializa-las com banhos regulares de sol nos primeiros sessenta dias de vida, depois somente com moderação. Usamos uma planta nacional (Erva de passarinho) na alimentação, entramos com omega 3 e 6 através das sementes de Chia e vitamina E, através do óleo de peixe. Para as penas, usamos uma composição de Luteina com Zeaxantina para pigmentar a cor amarela e nos de fundo vermelho usamos a Cantaxatina, ambas com dosagem de 10 gramas por quilo de farinhada. Ainda adicionamos aos vermelhos gordura animal na mistura para um melhor aproveitamento da cantaxatina. No período de mudas de pena, deixamos o canário com iluminação reduzida, pois na penumbra a muda ocorre de maneira mais salutar, satisfatória e a qualidade das penas se desenvolve em sua plenitude. Mas, volto a destacar, sem genética, esse manejo tem pouco efeito.



Que conselho você daria aos novos?
Isso é muito difícil de se fazer, dizer o que os outros devam fazer é muito complicado. Mas diria que para tirar o máximo proveito do hobby, faça aquilo que seu coração pedir. Escolha com muito critério seus primeiros exemplares, visite o maior numero possivel de criadores, frequente exposições, converse com juízes, idealize o tipo de Lizard que pretende criar e forme uma linhagem. Perde-se muito tempo comprando bichos de linhagens diferentes e misturando-as. Mensure tudo, desde as despesas a etologia dos bichos, faça um controle genético rigoroso, siga sua intuição na formação dos casais, seja paciente, persistente e saiba esperar, uma hora o resultado vem.


 Alguma consideração final?
Fiquei muito lisonjeado com o convite. 
Parabéns  aos amigos lusitanos pelo blog e qualidade da canaricultura portuguesa. Quero deixa-los a vontade para perguntas e questionamentos, meu endereço está disponível no inicio dessa entrevista e será, sempre, uma satisfação atende-los em nosso singelo canaril.

Abraços a todos, e em particular, aos meus ancestrais da Serra da Estrela, de onde veio a minha saudosa avó, que deixou-me herdado uma persistência peculiar aos navegantes portugueses tão bem descrita por Camões, além é claro do prazer em saborear uma boa comida tipica de Portugal a acidez do azeite e o sabor do vinho.


 Fotografia : Sr. Tito Costa

Em nome do LCCP agradecemos ao Prof. Tito Costa a amabilidade por ter participado como colaborador do nosso boletim informativo

Como analisar o canário vermelho mosaico (tipo 2)
                                                                        

Embora existam diferenças fenótipicas entre os machos e as fêmeas, no que se refere às áreas de manifestação lipócromicas, as características essenciais a saber são : 
  1. A cor 
  2. Desenho
  3. Contraste
  • A cor :  encontra-se nas regiões de actuação do lipócromico , a analise da variedade devendo obedecer o mesmo critério, definido para os exemplares de cor intensa : 
a) Teor qualitativo (pureza) 
b) Teor quantitativo 
c) Uniformidade ( Homogenidade)

  • Desenho : É um elemento fundamental devendo a ave apresentar zonas de actuações lipócromicas conforme o padrão especifico para cada sexo, segundo a descrição abaixo referenciado :
  • Contraste : As zonas de eleições lipócromicas devem contrastar com mais zonas do corpo devendo apresentar a cor branco giz.
 Zonas de eleição

  Canário do criador Carlos Lima
  •  Desenho da cabeçaA mascara facial deve ser ampla, delimitada e bem definida apresentando um lipócromo intenso.
  • Ombros : Amplos com hipódromos intensos contrastando com as remiges, que devem ser o mais brancas possíveis . 
O lipócromo intenso mas sem ser demasiado estendido .
              
  •        Uropigio  : Será intenso bem delimitado. Uma ligeira coloração na base da cauda é tolerada.
  • Peito : Deve apresentar uma zona triangular evidente , bem colorida e separada da mascara facial e dos flancos. 
O baixo ventre deve ser muito branco
nota : nas fêmeas ao contrário deve apresentar com ausência de lipocromo tolerando-se leves traços do mesmo no centro do peito.

No que diz respeito ao dorso :  Deve ser de tonalidade o branco giz possível . Uma ligeira infiltração lipócromica é normal nos canários de linha clara.
Observação : Nos canários mosaicos de linha escura em função da presença de melaninas o dorso deve apresentar ausência lipocromo.



Sabia que ....

  • Espiga de painço é uma verdadeira guloseima para as aves especialmente para os cardinalitos. Às aves jovens a partir dos dois meses de vida, deve ser fornecida diariamente sem qualquer restrição até aos seis meses a sete meses.
  • As causas mais frequentes de infecundidade e mortalidade dos embriões, nas nossas aves na altura das criações : 
a) linhas de criação com excessiva consanguinidade
b) Falta de rusticidade, por acumulação de factor degenerativos
c) Albinismo e excessiva diluição
d) Falta de vitaminas, apesar de hoje em dia, não ser muito frequente devido ao avanço tecnológico das papas existentes no mercado.
e) Mudas patológicas     
f) Excesso de gordura nas fêmeas e machos, que dificultam a copula 
g) Doses excessivas de tratamentos durante muitos dias com antibióticos e sulfamidas
h) Uso de doses altas de insecticidas
i) Ingestão de matérias tóxicas através dos alimentos
J) Acasalamentos com aves imaturas( jovens) 
l) Acasalamentos com sintomas de doença 
m) O sucesso na criação de aves, além dos factores alimentares e genéticos etc depende de :

- Os efeitos meteorológicos do momento em que iniciamos a temporada da criação.
- Contar com as regras que o criador amador não pode deixar de cumprir como sendo a qualidade das suas aves, sendo esta inversamente proporcional e quantidade.
 Um elevado numero de casais comprovado por estudos científicos levam-nos em principio a conseguir uma média por casal muito baixa.
Tendo como exemplo um criador com aproximadamente 20 casais obtém normalmente uma média de cinco jovens de canários.
Um criador com 100 casais terá por norma uma média mais inferior, ou seja 3 canários por casal.

Como nota final ao iniciarmos a criação no local onde as aves estão alojadas a temperatura ambiental não deve ser inferior a 14 a 15 graus.
A Humidade relativa deve rondar os 60 a 70% e no que diz respeito a horas de luz natural deve rondar as 14 horas.
n) A tabela de algumas doenças nos canários a saber :

Doenças respiratórias

  • Baytril 2,5% 
  • Dose : 5ml /1 litro de água
  • Duração 5 dias consecutivos  
  •   Tylan solúvel
  •  Dose : 2 gramas /1 litro de água 
  • Duração 4 dias consecutivos


Micoses e gastro entrites


  • Fungilin 
  • Dose 1ml / litro de àgua 
  • Duração 10 dias consecutivos 
-Nota : nos 3 primeiros dias juntar 1ml de Gentagil por cada litro de água  

 O que é o factor de refracção ?

- Em canaricultura trabalha-se com os caracteres que podem modificar a estrutura original das penas é assim que denominamos o factor de refracção.
Anteriormente os criadores denominavam-o como sendo o factor óptico (azul) na actualidade apenas conhece-se um só factor o de refracção.
Em termos gerais podemos defini-lo como uma tendência que apresentam os canários amarelos por influência da tonalidade limão que em contacto com a luz solar sobressai uma tonalidade tipicamente azulada.
Esta tonalidade encontra-se também nos canários em que apresentam a eumelanina negra.
Os canários que apresentam forte concentração de feomelanina. Esta esconde os efeitos atrás referenciados evitando assim que o criador não consiga apreciar as suas verdadeiras qualidades.
Qualquer objecto de cor que é exposto para receber luz branca contendo as radiações das cores do arco-íris,as penas reflectem as radiações que correspondem à cor branca absorvendo as restantes.
No caso dos canários de factor amarelo normal somente nos chega à nossa vista as radiações correspondentes ao amarelo.pois as outras são absorvidas pela plumagem do canário.
Os canários afectados pelo factor de refracção a luz branca desdobra-se ao incidir sobre as diferentes estruturas das penas, produzindo reflexos de forma normal ou seja a cor amarela, no entanto a outra posição da luz que penetra nas restantes penas produz efeitos de radiações de maior ou menor amplitude.De tonalidades azuladas, que misturando-se com as amarelas, contempla as aves aos olhos do seu criador a típica tonalidade de cor amarelo limão.
Para terminar concluímos que o factor de refracção produz na estrutura das penas um potencial de enorme luminosidade no lipocromo da cor de fundo.
Devemos acrescentar que este factor está estritamente ligado à maior ou menor presença de feomelanina.
O  factor de refracção apresenta-se de carácter acumulativo, por isso em determinadas aves apenas visualizamos alguma presença deste factor.

 Aves de África ( Angola )

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